segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Poesia nossa de cada dia


Saudade

Saudade! Olhar de minha mãe rezando
e o pranto lento deslizando a fio...
Saudade! Amor de minha terra... O rio...
Cantigas de águas claras, soluçando.

Noites de junho. O caburé com frio,
ao luar, sobre o arvoredo... piando... piando...
e, ao vento, as folhas lívidas cantado
a saudade infeliz de um sol de estio.

Saudade! Asa de dor do pensamento!
Gemidos vãos de canaviais ao vento...
As mortalhas de névoa sobre a serra.

Saudade! O Parnaíba - velho monge -
as barbas brancas alongando... E, ao longe,
o mugido dos bois de minha terra... 

Da Costa e Silva 

 
As Horas
 
As Horas cismam no ar parado:
            — Passado.
As Horas bailam no ar fremente:
            — Presente.
As Horas sonham no ar obscuro:
            — Futuro.

Da Costa e Silva



Nenhum comentário:

Postar um comentário