quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

A boa música do Piauí.

RENATO BASILIO

Morreu nesta terça-feira (28/02), o economista, radialista, diretor da Rádio Universitária da UFPI, Renato Basílio. Renato foi diretor da FM Cultura de Teresina. A música do Piauí sempre teve destaque nas programações das emissoras que ele comandou. Amante do vinil, deixa uma vasto acervo. Uma grande perca!

REVISTA REVESTRÉS


terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Poesia nossa de cada dia

        SOZINHEZ
Olha eu mais uma vez
Em ruas taciturnas 
Em completa sozinhez
Com passos de gato
Pra não acordar as esquinas.

        Lucila Martins


Pela revitalização do CINE REX

Cine Rex, na Praça Pedro II.

Circula na internet um abaixo assinado pedindo a revitalização e tombamento por completo do Cine Rex, antigo cinema teresinense localizado na Praça Pedro II, centro de Teresina. A petição, pede a revitalização do espaço, que segundo a própria petição, só tem tombado a fachada (o que foi feito no governo Mão Santa), estando essa abandonada e deteriorada. O apelo, é para o governo Federal, Governo do Estado do Piauí, Prefeitura de Teresina e Ministério Público Estadual. O objetivo é que o espaço possa se tornar mais uma opção do Complexo Cultural Pedro II, além de preservar o patrimônio, que data do ano de 1939. Confira abaixo o texto completo da petição.

Abaixo-assinado Pela revitalização do CINE REX
Para: Presidente da República Federativa do Brasil; Governador do Piauí; Prefeito de Teresina; Vereadores de Teresina; Ministério Público Estadual Piauí

O CINE REX localizado na praça Pedro II, nº 1301, inaugurado em 26 de novembro de 1939, no decorrer de 65 anos foi o cinema-de-rua central da cidade de Teresina (PI). 

A única proteção realizada pelo poder público junto ao imóvel é o tombamento parcial do mesmo, pelo decreto: Nº 9.310 de 23/03/95 que foi realizado pelo governo estadual e que determina tão somente a preservação da área externa, fachada do CINE REX. 
Tendo em vista que,

- a Constituição da República, no parágrafo primeiro do artigo 216, assegura que o Poder Público, com a colaboração da comunidade, promoverá e protegerá o patrimônio cultural brasileiro, por meio de inventários, registros, vigilância, tombamento e desapropriação;

- a proteção de documentos, de obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, é de competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, na forma do artigo 23, II da Constituição da República e dos artigos 14 da Constituição do Estado do Piauí;

- o artigo 1.228 §1o, do Código Civil de 2002 prevê que o direito de propriedade deve ser exercido em consonância com as suas finalidades econômicas e sociais e de modo que sejam preservados a flora, a fauna, as belezas naturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio histórico e artístico, bem como evitada a poluição do ar e das águas;

- o artigo 2°, da Lei Nº 3.602, de 27/12/2006 reconhece como competências do poder municipal, a implementação da política de proteção e valorização do patrimônio cultural; e a promoção contínua da conscientização pública para a conservação do patrimônio cultural.

Nós, cidadãos abaixo-assinados, vimos através deste, reivindicar a apropriação pública e o tombamento integral do espaço cultural CINE REX e a revitalização do mesmo com fins exclusivamente culturais. Por reconhecermos a importância cultural e urbanística do CINE REX para a cidade de Teresina; e entendermos que esse espaço deve fazer efetivamente parte do complexo cultural PRAÇA PEDRO II e da cultura tão carente do nosso Estado, Piauí, servindo-nos como ferramenta fomentadora da nossa identidade, memória e produção cultural. 

Os signatários (para assinar, clique aqui). Depois, repassem entre amigos e amigas.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Artes de Março - Tulipa Ruiz - Efêmera - HOJE 20h




Nascida em Santos,Tulipa Ruiz cresceu na cidade mineira de São Lourenço e vive em São Paulo há mais de uma década. Ilustradora, fã de Robert Crumb, Manoel de Barros, Joni Mitchell e Yoko Ono, Tulipa formou um repertório autoral e em 2009 fez sua estreia no projeto Prata da Casa (SESC Pompéia). Entrou em estúdio em fevereiro de 2010 e lançou seu primeiro disco, Efêmera, três meses depois, em uma apresentação única no Auditório Ibirapuera que deixou mais de 200 pessoas para fora e rendeu o título de show do ano, pelo Jornal Folha de S. Paulo. O mesmo elegeu o disco como um dos melhores da década. Também foi considerado o melhor disco de 2010 pela revista Rolling Stone e um dos melhores do ano pelo jornal O Globo. Tulipa já se apresentou em quase todas as capitais brasileiras e ao lado de grandes nomes como Milton Nascimento, Lenine, Zélia Duncan. Em 2011, excursionou pelo Brasil, Europa, EUA e América Latina. Participou do Rock in Rio 2011, ao lado de Nação Zumbi. No mesmo ano, ganhou o Prémio Multishow de melhor cantora.

A dança piauiense, perde o bailarino e professor Helly Batista

Morreu na tarde de sábado o bailarino e professor de dança  Helly Batista em consequência de problemas cardíacos.






 Helly Batista, 56 anos de idade.Fundador da Escola de Balé Helly Batista, que funciona no bairro Jockey Club, zona Leste de Teresina. Era funcionário da Prefetura Municipal de Teresina, atuando como diretor da Fundação Municipal de Cultura Monsenhor Chaves.


MOISÉS CHAVES


O ator e produtor cultural Moisés Chaves é o convidado no quadro "  O Livro da minha vida"  desta semana (01/03) quinta-feira, no Programa CULTURA LIVRE - Cultura, Arte e Diversão, apresentação: Marina Farias. Toda quinta - feira às 21h com reprise sábado às 18h na TV ASSEMBLEIA DO PIAUÍ.
Website

 Imperdível.


sábado, 25 de fevereiro de 2012

ARTHUR SCHOPENHAUER



O dinheiro é a coisa mais importante do mundo. Representa: saúde, força, honra, generosidade e beleza, do mesmo modo que a falta dele representa: doença, fraqueza, desgraça, maldade e fealdade.
Arthur Schopenhauer

HOJE NO BOSSA


Benjamim do Rego Monteiro

Nesta sexta, faleceu o membro da APL Benjamim do Rego Monteiro

O teresinense era doutor em direito, professor, jornalista, poeta e contista
Acadêmico da APL Benjamim do Rego Monteiro faleceu nesta sexta (24) Acadêmico da APL Benjamim do Rego Monteiro faleceu nesta sexta (24), aos 97 anos.O Doutor em Direito, professor da Universidade Federal do Piauí, jornalista, poeta e contista ocupava a cadeira de número 15 da APL.
Nascido em Teresina, em 1915, teve intensa atividade na imprensa de Teresina e do Rio de Janeiro. Foi juiz substituto do TRE, conselheiro da OAB-PI, consultor jurídico do Governo do Estado e membro do Conselho Editorial do Projeto Petrônio Portella. Presidiu o Conselho Estadual de Cultura, por três mandatos. Pertence ao Instituto Histórico e Geográfico do Piauí e à Academia Piauiense de Letras Jurídicas.
Escreveu diversas obras, entre elas 'A Igualdade dos Estados e o Direito de Veto no Conselho de Segurança da ONU', 1953; 'O Cristianismo, o Sacerdócio e a Paz' (1956), 'A Santa Sé no Direito Internacional' (1953), 'O Direito da Sociedade Humana' (1990) e 'A Casa do Barão de Gurguéia' (1987); 'Poesia de Ontem' (1989).

Fonte: Portal 180graus

REVESTRÉS - 29/02 - CONFRARIA UCHÔA - 18h30.



Data de Lançamento
29/02/12 Confraria Uchôa
Descrição
Literatura, Arte, Cultura e algo mais.

A Revestrés é uma revista que já nasce diferente.

A começar pelo nome: Revestrés. Que em bom piauiês significa, entre outras coisas, “ao contrário”, “de trás pra frente”, “de modo indigesto”.
...
Então, é uma revista que já nasce de revestrés: enquanto a maioria das publicações busca nomes pomposos, “estrangeiros”, “intelectualizados”, Revestrés coloca na capa uma expressão popular, típica da gente piauiense e que nasce no mesmo lugar onde tudo que diz respeito à cultura realmente nasce: da poeira do chão, da fala do povo, das tradições. Da sabedoria simples de quem faz a cultura do Piauí.

Revestrés também nasce de revestrés porque fala exatamente disso: de cultura. De arte. De literatura. Dessas coisas inúteis, que são talvez as coisas mais úteis dessa vida: a palavra, a métrica, a pintura, a dança, o saber. Coisas que não tem preço. Por isso, tão valiosas.

A Revestrés vem para mostrar ao mundo que o Piauí tem cultura, arte, literatura, sabedoria e talento. E para mostrar ao Piauí que o Piauí tem cultura, arte, literatura, sabedoria e talento. Porque, às vezes, esquecemos. E também para mostrar ao Piauí que o mundo tem tudo isso, e que tudo isso pode estar aqui, bem perto, ao alcance das mãos. Ou dos sonhos.

A Revestrés não é uma revista sobre a cultura piauiense. É sobre cultura de toda parte. Sem bairrismos, mas com paixão. Sem arrogância, mas com coragem. Sem fronteiras, mas com alma piauiense.

Revestrés. Literatura, Arte, Cultura e algo mais. Esse algo mais, certamente, é você.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

JOÃO CLÁUDIO MORENO canta " Milagres do Povo" (Caetano)

                                           
                                                            BRAVO!

Poesia nossa de cada dia


                          Rotina
  Calendário vira a folhinha
  E eu, nessa rotina
  De morrer um pouquinho
  A cada dia.
                  Lucila Martins

A Chave do Amor e Outras Histórias Piauienses


"Quando você quiser fazer alguma coisa errada, adie essa coisa por um dia. Mas quando quiser fazer algo que sinta que é correto, certo, não adie nem por um minuto. E quando sentir que vai ficar com raiva, agressiva, adie esse sentimento por um dia. mas quando sentir que a alegria que a invade, e o amor, compartilhe esse amor e essa alegria, não adiando nem mesmo por um segundo, viva esse momento imediatamente".

Do livro a Chave do amor e outras histórias piauienses (cap.: 14 ; pág.: 119) - Autor: Assis Brasil.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

RADIOFÔNICOS


Poesia nossa de cada dia!


VIDA TODA LINGUAGEM
Vida toda linguagem,
frase perfeita sempre, talvez verso,
geralmente sem qualquer adjetivo,
coluna sem ornamento, geralmente partida.
Vida toda linguagem,
há entretanto um verbo, um verbo sempre, e um nome
aqui, ali, assegurando a perfeição
eterna do período, talvez verso,
talvez interjetivo, verso, verso.
Vida toda linguagem,
feto sugando em língua compassiva
o sangue que criança espalhará - oh metáfora ativa!
leite jorrado em fonte adolescente,
sêmen de homens maduros, verbo, verbo.
Vida toda linguagem,
bem o conhecem velhos que repetem,
contra negras janelas, cintilantes imagens
que lhes estrelam turvas trajetórias.
Vida toda linguagem --
como todos sabemos
conjugar esses verbos, nomear
esses nomes:
amar, fazer, destruir,
homem, mulher e besta, diabo e anjo
E deus talvez, e nada
Vida toda linguagem,
vida sempre perfeita,
imperfeitos somente os vocábulos mortos
com que um homem jovem, nos terraços do inverno, con-
[tra a chuva,
tenta fazê-la enterna - com se lhe faltasse
outra, imortal sintaxe
à vida que é perfeita
língua
eterna.

 Mário Faustino

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

CICY ARCANGELO

                              
                             
                                                           Talento do Piauí
                          

Somos todos tão bobos.

                         PARA MARIA DA GRAÇA

Agora que chegaste à idade avançada de 15 anos, Maria da Graça, eu te dou este livro: Alice no país das Maravilhas.
Este livro é doido, Maria. Isto é: o sentido dele está em ti.
Escuta: se não descobrires um sentido na loucura acabarás louca. Aprende, pois, logo de saída para a grande vida, a ler este livro como um simples manual do sentido evidente de todas as coisas, inclusive as loucas. Aprende isso a teu modo, pois te dou apenas umas poucas chaves entre milhares que abrem as portas da realidade.
A realidade, Maria, é louca.
Nem o Papa, ninguém no mundo, pode responder sem pestanejar à pergunta que Alice faz à gatinha: “Fala a verdade, Dinah, já comeste um morcego?”.
Não te espantes quando o mundo amanhecer irreconhecível. Para melhor ou pior, isso acontece muitas vezes por ano. “Quem sou eu no mundo?” Essa indagação perplexa é o lugar comum de cada história de gente. Quantas vezes mais decifrares essa charada, tão entranhada em ti mesma como os teus ossos, mais forte ficarás.
Não importa qual seja a resposta; o importante é dar ou inventar uma resposta. Ainda que seja mentira.
A sozinhez (esquece essa palavra que inventei agora sem querer) é inevitável.
Foi o que Alice falou no fundo do poço: “Estou tão cansada de estar aqui sozinha!” O importante é que ela conseguiu sair de lá, abrindo a porta. A porta do poço! Só as criaturas humanas (nem mesmo os grandes macacos e os cães amestrados) conseguem abrir uma porta bem fechada, e vice-versa, isto é, fechar uma porta bem aberta.
Somos todos bobos, Maria. Praticamos uma ação trivial, e temos a presunção petulante de esperar dela grandes conseqüências. Quando Alice comeu o bolo, e não cresceu de tamanho, ficou no maior dos espantos. Apesar de ser isso o que acontece, geralmente, às pessoas que comem bolo.
Maria, há uma sabedoria social ou de bolso; nem toda sabedoria tem de ser grave.
A gente vive errando em relação ao próximo e o jeito é pedir desculpas sete vezes por dia: “Oh, I beg your pardon!” Pois viver é falar de corda em casa de enforcado. Por isso te digo, para a tua sabedoria de bolso: se gostas de gato, experimenta o ponto de vista do rato.
Foi o que o rato perguntou à Alice: “Gostarias de gatos se fosses eu? “.
Os homens vivem apostando corrida, Maria. Nos escritórios, nos negócios, na política nacional e internacional, nos clubes, nos bares, nas artes, na literatura, até amigos, até irmãos, até marido e mulher, até namoradas, todos vivem apostando corrida. São competições tão confusas, tão cheias de truques, tão desnecessárias, tão fingindo que não é, tão ridículas muitas vezes, por caminhos tão escondidos que, quando os atletas chegam exaustos a um ponto, costumam perguntar: “A corrida terminou! Mas quem ganhou?” É bobice, Maria da Graça, disputar uma corrida se a gente não irá saber quem venceu. Se tiveres de ir a algum lugar, não te preocupe a vaidade fatigante de ser a primeira a chegar. Se chegares sempre aonde quiseres, ganhastes.
Disse o ratinho: “Minha história é longa e triste!” Ouvirás isso milhares de vezes.
Como ouvirás a terrível variante: “Minha vida daria um romance”. Ora, como todas as vidas vividas até o fim são longas e tristes, e como todas as vidas dariam romances, pois o romance é só o jeito de contar uma vida, foge, polida mas energicamente, dos homens e das mulheres que suspiram e dizem: “Minha vida daria um romance!” Sobretudo dos homens. Uns chatos irremediáveis, Maria.
Os milagres sempre acontecem na vida de cada um e na vida de todos. Mas, ao contrário do que se pensa, os melhores e mais fundos milagres não acontecem de repente, mais devagar, muito devagar. Quero dizer seguinte: a palavra depressão cairá de moda mais cedo ou mais tarde. Como talvez seja mais tarde, prepara-te para a visita do monstro, e não te desesperes ao triste pensamento de Alice: “Devo estar diminuindo de novo”. Em algum lugar há cogumelos que nos fazem crescer novamente.
E escuta esta parábola perfeita: Alice tinha diminuído tanto de tamanho que tomou um camundongo por um hipopótamo. Isso acontece muito, Mariazinha. Mas não sejamos ingênuos, pois o contrário também acontece. E é um outro escritor inglês que nos fala mais ou menos assim: o camundongo que expulsamos ontem passou a ser hoje um terrível rinoceronte: É isso mesmo. A alma da gente é uma máquina complicada que produz durante a vida uma quantidade imensa de camundongos que parecem hipopótamos e de rinocerontes que parecem camundongos. O jeito é rir no caso da primeira confusão e ficar bem disposto para enfrentar o rinoceronte que entrou em nossos domínios disfarçado de camundongo. E como tomar o pequeno por grande e o grande por pequeno é sempre meio cômico, nunca devemos perder o bom humor.
Toda pessoa deve ter três caixas para guardar humor: uma caixa grande para humor mais ou menos barato que a gente gasta na rua com os outros; uma caixa média para humor que a gente precisa ter quando está sozinho, para perdoares a ti mesma, para rires de ti mesma; por fim, uma caixinha preciosa, muito escondida, para as grandes ocasiões. Chamo de grandes ocasiões os momentos perigosos em que estamos cheios de dor ou de vaidade, em que sofremos a tentação de achar que fracassamos ou triunfamos, em que nos sentimos umas drogas ou muito bacanas.
Cuidado, Maria, com as grandes ocasiões.
Por fim, mais uma palavra de bolso: às vezes uma pessoa se abandona de tal forma ao sofrimento, com uma tal complacência, que tem medo de não poder sair de lá. A dor também tem o seu feitiço, e este se vira contra o enfeitiçado. Por isso Alice, depois de ter chorado um lago, pensava: “Agora serei castigada, afogando-me em minhas próprias lágrimas”.
Conclusão: a própria dor deve ter a sua medida: É feio, é imodesto, é vão, é perigoso ultrapassar a fronteira de nossa dor, Maria da Graça.
                                              (Paulo Mendes Campos)

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Assis Brasil, tua obra fala por ti!



Hojé é um dia super especial, nosso maior literato está completando oitenta anos de vida. Romancista, contista, ensaísta, crítico literário, jornalista e professor. Assis Brasil um notável piauiense, que já disse a que veio, só falta o Piaui, pagar sua enorme dívida com seu maior intelectual, lhe prestando as devidas homenagens e reconhecimento - Em vida! 
Vida longa, Assis Brasil, vida longa!!!

CARNAVAL em TERESINA


HOJE TEM SANATÓRIO
Concentração: praça da Liberdade
Horário: 16 às 22hs 

 
                                                       
                                                       CARNAVAL DA MISTURA
                                                   ESPAÇO CULTURAL MAMULENGO
                                                   c/  JUCABOX & DUDA DI
                                                   sábado | domingo | terça à partir das 22hs



                                                                O CAPOTE É TERESINA
                                                   Concentração: no restaurante “CAJUINA” 
                                                   Avenida Dom Severino, zona Leste, á  partir do meio-dia.
                                                   P revisão para a saída do bloco é em torno das 16hs.



sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Bloco Sanatório Geral anima sábado de carnaval em Teresina

O bloco Sanatório Geral, faz a festa dos foliões, que optarem, ficar em Teresina. O bloco fará a concentração, sábado gordo (18/02) de 16 as 22hs, na praça da Liberdade, a folia será regada com marchinhas, frevos e sambas e terá Trio Elétrico, Banda Eletro-choque ( Luciana Nunes e Marlon Rodney) e a Bateria da Escola de Samba Sambão. Não precisa comprar abadás, é totalmente free, toda cidade tá convidada. Se jogue!

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Poesia nossa de cada dia.

                                                        PAULO JOSÉ CUNHA
                                                           O SACO 

As mãos vazias do rico 
exibem a prova do alcançado. 

Não mais mãos do afazer, mas do já feito;

bem tratadas, finas, alisadas,

são mãos que não carregam nada, 

pois carregar já não lhes diz respeito.



Mas todo pobre, sim, carrega um saco
onde transporta o apurado 

do ir-e-vir de que se ocupa:

garrafa azul, vazia (linda pra botar 

rosa de plástico!); sobra de almoço;

produto de furto miúdo,

que ajuda a garantir o passadio; 

miudeza de camelô, pano de prato, muda de planta;

revista velha com retrato de artista; 

essas coisas.
Pelas paradas de ônibus,
filas da beneficência e ruas de comércio,

observe: 

todo pobre arrasta um fardo, 

uma tarefa, uma sina, 

um-que-fazer-eterno

guardado num saco branco, 

desses de supermercado, 

de plástico leitoso, com alcinhas.

Um saco nem leve nem pesado, 

mas incômodo feito pobreza incompleta 

(pobreza dessas 

que a morte 

nem se preocupa em cumprir

na inteireza).

Tarja Preta, liberado!




nosso mais recente artefato está à venda na Toccata Discos .
a AO-REVISTA 2 está repleta de colaborações especiais e
apresenta uma variedade de linguagens : 
poesia + conto + artes plásticas + prosas avulsas

HÁ DOIS ANOS, POEMAS SÃO USADOS COMO REMÉDIO TARJA PRETA

Use sem moderação

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

PARA REFLETIR


 
Ilustração David Alfonso Suárez
168-lit-ines
Os festivais literários, como se sabe, viraram moda. Muitas vezes me pergunto se alguém tem ainda tempo para ler livros, no meio de tanta peregrinação entre debates e conferências. A literatura é o antiacontecimento por excelência, a arte que sussurra a eternidade dos sentimentos e ações humanas, sob as aparências. Os festivais são o oposto disso: luz, palco, evento, atualidade. Editores, livreiros, políticos e promotores alegam que os festivais ampliam o número de leitores. Sendo otimista por desespero ou impaciência (depende dos dias), quero acreditar que sim.
No Brasil, em Portugal ou em Porto Rico, o público desses festivais é majoritariamente feminino. Questão genética? E há também rebanhos de estudantes. Curiosamente, não conheço nenhum festival de literatura juvenil. Os vampiros de Stephenie Meyer e os alunos de feitiçaria de J. K. Rowling encheriam plateias, sem dúvida. Mas há uma juvenilização acelerada da composição dos festivais literários porque os escritores são hoje promovidos como pop stars, e pululam os galardões para autores com menos de 35 anos.
O que sobra desses eventos? Na melhor das hipóteses, a felicidade. A escritora cubana Karla Suárez e o escritor espanhol José Manuel Fajardo conheceram-se há nove anos no maior festival literário português, o Correntes d’Escritas, na Póvoa de Varzim, e estão juntos até hoje. O Correntes d’Escritas reúne, há 12 anos, escritores de língua portuguesa e espanhola de todas as partes do mundo. O fato de todos os convidados ficarem instalados num mesmo hotel, sobre o mar, e de as noites serem dedicadas a recitais e lançamentos de livros no próprio hotel faz com que o convívio se torne mais estreito e informal.
No Brasil, o modelo da Festa Literária Internacional de Paraty, a Flip, é imbatível. Em primeiro lugar, pelas condições oferecidas, como a viagem extra para o ou a acompanhante – aproveitei para levar comigo em 2008 a fantástica escritora portuguesa Patrícia Reis. Em segundo lugar, pela localização, na paradisíaca (embora pedregosa) e pequena Paraty, e pela astuta ideia de mediar a comunicação com o público através da escrita – perguntas escritas tendem a ser, de fato, perguntas, e não conferências chatas ou incompreensíveis, como tantas vezes sucede quando o microfone é entregue ao público. Além disso, as entradas são pagas, e está sempre cheio. O que prova que a literatura, pelo menos uma parte dela, mobiliza de fato as pessoas. Para um escritor, é consolador encontrar um público que paga para o ouvir.
Ouço inúmeros relatos de escritores machos sobre convites e propostas, com diferentes graus de inocência e lubricidade, das suas ou seus leitores. Escutando-os, fico com pena de não ter acesso a essa Ilha dos Amores. Venho há anos realizando uma sondagem entre as mais variadas escritoras e concluo que essa discriminação é geral: não, nós, as mulheres, não recebemos pedidos sussurrados para acrescentarmos ao autógrafo o telefone ou o número do quarto, ao contrário do que acontece com os homens. Será porque escrevemos pior? Recebemos muito menos prêmios literários e somos muito menos traduzidas do que os homens. Quem me alertou para esse dado foi o meu agente literário, insuspeito porque é homem e norte-americano.
Apesar dos meus esforços – nunca digo não a um convite para o Brasil, desde que conheci o país e me apaixonei cegamente por ele –, ainda não consegui conhecer todos os festivais literários brasileiros. Espanta-me a variedade. Recordo a magia das Jornadas Literárias de Passo Fundo, numa tenda de circo imensa, com um público vibrante que nos fazia sentir estrelas de rock. Lembro a multiplicidade de propostas do Fórum das Letras de Ouro Preto e guardo boas memórias da Festa Portuguesa de Cabo Frio, onde há uns anos me tornei amiga do romancista Luiz Ruffato, e das noites de conversa na Fliporto, em Pernambuco. Agora preparo-me para conhecer a Tarrafa Literária, em Santos. Sei que trarei boas memórias porque vou encontrar amigos de verdade, desses que nos iluminam os sonhos. No Brasil moram alguns dos meus melhores amigos –e eu prezo a amizade acima de todas as coisas. Uma questão de palavra, ainda e sempre.

Inês Pedrosa é escritora, autora dos romances Fazes-Me Falta e Os Íntimos, entre outros.

Inês Margarida Pereira Pedrosa (Coimbra, 15 de Agosto de 1962) é uma jornalista e escritora portuguesa. Publicou o seu primeiro texto na revista Crónica Feminina, tinha apenas catorze anos. Aos vinte e dois licenciou-se em Ciências da Comunicação, na Universidade Nova de Lisboa. Estreou-se como jornalista profissional em 1983, na redação de O Jornal (actual revista Visão). Estreou-se na literatura em 1991, com o livro infantil Mais Ninguém Tem, seguindo-se o seu primeiro romance, A Instrução dos Amantes, em 1992. Nas Tuas Mãos, de 1997, valeu-lhe o Prémio Máxima de Literatura, e Fazes-me Falta, em 2003, consolidou-a como uma das principais romancistas da actualidade. Em 2005, a partir de Nas Tuas Mãos e Fica Comigo Esta Noite, assinou a sua primeira peça de teatro, 12 mulheres e 1 cadela, dirigida por São José Lapa.
 
 
Fontes: Revista Bravo e  cafecomletrasdf.blogspot.com

Para os olhos e ouvidos.


                                       Benefícios: um bem estar sem fim.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Dora Parentes, nosso maior expoente das artes plásticas


“ Eu pinto não só pelo prazer de pintar.  A minha contribuição a sociedade em que vivo, vai mais além.”. “ Quando transporto meus sonhos para as telas, me importo em desenvolver a minha fantasia, transformando-a em realidade, dando ênfase a LIBERDADE.”             
                                                                         Lascious na primavera
                                                 Dora Parentes

Mas eu quero - Soraya Castello Branco - Sol

Será na Casa da Cultura, o lançamento do 10º Salão do Livro do Piauí

                                         10º Salipi, ano Francisco Pereira da Silva


O homenagedo é o teatrólogo piauiense Francisco Pereira da Silva, natural de Campo Maior deixou um legado de trinta e duas peças, um romance e um livro de contos. Sua dramaturgia é ligada à tematica popular e o universo nordestino, sua peça mais conhecida do público piauiense: Raimunda Pinto Sim Senhor, que faz parte da tetralogia "Raimunda, Raimunda", em homengem a atriz Fernanda Montenegro, que é encenada pelo grupo piauiense - Harém de Teatro.

d
A 10ª edição do Salão acontecerá no Complexo Cultural da praça Pedro II no período de 10 a 17 de junho.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Poesia nossa de cada dia


Saudade

Saudade! Olhar de minha mãe rezando
e o pranto lento deslizando a fio...
Saudade! Amor de minha terra... O rio...
Cantigas de águas claras, soluçando.

Noites de junho. O caburé com frio,
ao luar, sobre o arvoredo... piando... piando...
e, ao vento, as folhas lívidas cantado
a saudade infeliz de um sol de estio.

Saudade! Asa de dor do pensamento!
Gemidos vãos de canaviais ao vento...
As mortalhas de névoa sobre a serra.

Saudade! O Parnaíba - velho monge -
as barbas brancas alongando... E, ao longe,
o mugido dos bois de minha terra... 

Da Costa e Silva 

 
As Horas
 
As Horas cismam no ar parado:
            — Passado.
As Horas bailam no ar fremente:
            — Presente.
As Horas sonham no ar obscuro:
            — Futuro.

Da Costa e Silva



sábado, 11 de fevereiro de 2012

Dica de leitura: Palha de Arroz - Fontes Ibiapina

 FONTES IBIAPINA.
Nascido em Picos, na zona rural, no lugar chamado "Vaca Morta", a 14 de junho de 1921, filho de Pedro de Moura Ibiapina e Raimunda Fontes de Moura, fez o primário em sua terra natal e o secundário em Teresina, bacharelando-se em Direito, em 1954, pela velha Faculdade da Praça Demóstenes Avelino. Ainda como estudante dedicou-se por algum tempo ao jornalismo. Findo o seu curso de Direito, entra logo para a magistratura, sendo juiz em várias comarcas do Piauí, a última em Parnaíba, onde publicava semanalmente artigos de crítica nos jornais, exercia o magistério, participava de toda a vida intelectual da cidade, e como tal ajudou a fundar a Academia Parnaibana de Letras e foi um dos seus presidentes.
Membro do Conselho Estadual de Cultura do Piauí e da Academia Piauiense de Letras, sua maior glória não está no magistério, no jornalismo ou mesmo na magistratura, e sim na literatura. Deixou uma grande obra, tanto em quantidade como em qualidade, em torno de 30 títulos. Talvez, por causa da complexidade do seu mundo pensado e escrito, os professores e estudantes não o têm procurado com freqüência para trabalhos acadêmicos, quer na área literária quer na de ciências sociais. Já não falamos dos críticos de jornais e revistas, que sumiram simplesmente, não existem mais. É uma pena, pois, que se deixe tão rico patrimônio inexplorado.
Depois de sua morte, teve apenas uma obra sua editada no Piauí: a Fundação Cultural Monsenhor Chaves publica o volume Crendices, Superstições e Curiosidades Verídicas no Piauí, em 1993. Trata-se de continuação de sua “Paremiologia Nordestina", de 1975, editado pelo Governo do Estado, através da Cia. Editora do Piauí. São adágios, rifões, brocardos, anexins, parêmias, máximas, ditados, expressões, comparações, relaxos, paleios, chulos, enfim toda uma riqueza do homem nordestino em sua criatividade de caboclo sem letras mas muitas vezes mais sabido que os doutores da cidade.
Na área literária propriamente dita saíram apenas dois folhetos – não seriam propriamente livros – divulgando contos de Fontes Ibiapina: um que reúne Trinta e dois e Tangerinos, em 1988, e outro com o conto inédito Dr. Pierre Chanfubois, sem data de publicação, mas que se atribui seja do ano seguinte. Ambos os opúsculos tiveram a chancela das Edições Corisco, do editor Cinéas Santos.
Fontes Ibiapina era uma pessoa alegre, recebia a todos muito bem, dava a impressão de ser feliz. Andou por muitas comarcas do Piauí, experimentou quando na Capital, antes de tornar-se magistrado, a indústria, quando sofreu um acidente. Mas nunca se queixava, sempre contando histórias, dizendo “chuleios”, incentivando a que os jovens escrevessem prosa. Só ficava brabo se o chamassem de poeta. Talvez porque houvesse experimentado a poesia e sentisse que não era o seu forte. Aliás, é difícil encontrar um prosador que não tenha feito poemas. Esses são alguns traços pouco conhecidos da vida de Nonon, como era conhecido na intimidade. Era um homem curioso, sempre atento ao que a ciência tinha para oferecer.
Faleceu no dia 10 de abril de 1986, na cidade de Parnaíba, onde exercia as funções de Juiz de Direito, depois de ficar, na noite anterior, horas e horas com uma luneta na mão para observar a passagem do cometa Halley.

  Obras :


Contos – Chão de Meu Deus, 1958 – 2ª ed. 1965

Brocotós, 1961
Pedra Bruta, 1964
Congresso de Duendes, 1969
Destinos de Contratempos, 1974
Quero, Posso e Mando, 1976
Eleições de Sempre e Até Quando, 1985
Romances – Sambaíba, 1963
Palha de Arroz, 1968
Tombador, 1971
Nas Terras do Arabutã, 1984
Curral de Assombrações, 1985
Vida Gemida em Sambambaia, 1985
Crônicas: – Mentiras Grossas do Zé Rotinho, 1977
Lorotas e Pabulagens de Zé Rotinho, s/d de publicação
Folclore: – Paremiologia Nordestina, 1975
Passarela de Marmotas, 1975
Teatro: – O Casório da Pafunsa, 1982.

Fontes Ibiapina foi um dos poucos escritores piauienses que a exemplo de Vítor Gonçalves Neto teve a coragem de transpor para a ficção os duros anos de repressão do período da ditadura Vargas quando comandava o Piauí o interventor Leônidas Melo, e Teresina, o prefeito Lindolfo Monteiro que no código de postura do município instituiu a proibição de construções de casas cobertas de palhas na zona urbana da capital.
Em Palha de Arroz, Fontes Ibiapina, nos traz a dimensão de uma Teresina provinciana, sem energia elétrica e marcada por incêndios criminosos contra uma parcela marginalizada da população. É o segundo romance a retratar uma Teresina urbana, antecedido por “Um Manicaca” (1909), de Abdias Neves.
Palha de Arroz traz cenas picarescas, mas carregadas de um drama peculiar aos párias nordestinos, notadamente quando apresenta o universo da prostituição como via de sobrevivência da maioria das mulheres que vivia nos bairros suburbanos da capital (se é que havia essa divisão entre urbano e suburbano numa Teresina que, embora tenha sido a primeira capital planejada do País, tinha sequer energia nos postes para iluminar as ruas) sendo os lampiões de azeite os únicos a cumprirem essa função e em pequena escala.
A publicação de Palha de Arroz tornou-se referencial para tratar de temas até então negligenciados pela literatura de autores piauienses e aprofundou o debate em torno da marginalização social. As personagens de Palha de Arroz foram de certo modo retrabalhadas com maestria em obras de mesmo viés como Beira Rio Beira Vida (1965) de Assis Brasil.