A escritora Amélia Bevilaqua,
que merece, sem dúvida, essa justa homenagem por estar à frente de seu tempo,
afinal foi a primeira mulher a se candidatar à Academia Brasileira de Letras
(ABL), em 1930, embora não tenha sido aceita porque a maioria dos acadêmicos
decidiu que o estatuto da entidade não contemplava as mulheres.
A escrava negra Esperança Garcia,
também lembrada no livro, em 1770, muito antes da Princesa Isabel, uma escrava
chamada Esperança Garcia, destacou-se pela sua coragem ao redigir uma petição
dirigida ao governador da Capitania do Maranhão, Gonçalo Lourenço Botelho de
Castro, os maus-tratos sofridos nas mãos de Antônio Vieira de Couto, inspetor
de Nazaré, localidade que hoje é o Município de Nazaré do Piauí (PI). Na mais
antiga petição escrita por um escravo no Brasil, ela denuncia os maus-tratos
sofridos a partir do confisco das fazendas dos jesuítas pela Coroa Portuguesa.
Pediu ainda que fosse devolvida à Fazenda Algodões e que sua filha fosse
batizada, numa época em que os negros eram proibidos de ler e escrever.
Niéde Guidon, mulher de
fibraque elevou a caatinga inexplorada do Piauí para o cenário mundial de berço
do homem americano, com descobertas científicas extraordinárias de vestígios
antigos aqui e descobertas de várias centenas de sítios arqueológicos na região
de São Raimundo Nonato, onde está localizado o Parque Nacional Serra da
Capivara, que Guidon ajudou a fundar e que hoje é referência em formação de
alunos, professores e laboratório para pesquisadores do mundo inteiro.
10 Mulheres Antes da Hora traz ainda como destaque outra grande
pesquisadora, Teresinha Queiroz, que ajudou no trabalho de parte do resgate da
história do Piauí. O livro traz ainda os perfis de Elvira Raulino, que abriu as
redações de jornais para as mulheres e tem décadas de história no colunismo
social; Francisca Trindade, a mulher política que era amada e respeitada em
várias classes sociais em Teresina; Genu Moraes, destaque na política e na vida
social desde a década de 1940; Jovita Feitora, a voluntária que saiu dos
sertões do Piauí para alistar-se na Guerra do Paraguai; Graça Cordeiro, que há
vários anos se dedica a ajudar os menos assistidos, vítimas da Aids, e Nasi
Castro, amarantina que misturava o ofício de parteira com o de poetisa.
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